segunda-feira, 27 de outubro de 2014

LENDA DO PÉ DE GARRAFAS




Eu nasci no interior do estado de Mato Grosso do Sul muito antes de ser dividido e por algum tempo moramos no interior, nos cafundós do pantanal.
 E por lá parece que sempre existiu uma lenda sobre um ser fantástico muito temido.
 Contavam por lá, naquelas época das décadas de 60 e 70, que vagavam perdidos esses seres pelas florestas e cerrados que existiam na região do interior e de todo o pantanal.





Histórias ficaram muito conhecidas e sempre foram contadas por toda essa grande região. 

















Gerando casos e se espalhando pelas fazendas e invernadas. Correndo pra todo lugar.
 Tinham muitos peão e imigrantes que trabalhavam aqui  vindos do Paraguai e de outros estados das redondezas.
  E se espalhou um monte de histórias de onças e fantasmas que apareciam pras pessoas que moravam ou vagavam perambulando pelos interiores e rincões.
  Mas a lenda que os paraguaiada e os peão empregados das fazendas realmente tinham medo era um ser fantástico. 
  Saído talvez de algum pesadelo ou imaginação exacerbada dos ribeirinhos,
 índios e nativos...
Eles temiam muito ter um encontro com um ser apenas conhecido como pé de garrafa.
  Uma noite você andando pelo breu e escuridão que envolvia quase todo o interiorzão do estado do Mato Grosso.
 Ecoa pela vastidão daquelas matas e terras, um grito.
 Um grito que vem de muito longe, sem que o ouvinte pudesse identificar  de que tipo de garganta estaria saindo aquela voz.
  Se era uma voz humana ou de algum animal selvático morando por essas terras.
A pessoa então sem saber de que se tratava, para zombar de quem estivesse ouvindo, repete por sua vez  com a sua voz tentando imitar aquele som horripilante.
  De lá do outro lado.
  De algum lugar ainda muito longe, aquela voz torna a repetir o seu rugido de lamentação.
Para não ficar para trás, o desavisado torna a gritar também respondendo ao  barulho.
 Aí se estabelece o estranho diálogo.
O homem que grita de cá. Enquanto a criatura fica respondendo de lá e gritando parecendo que quer chegar mais perto.
  Com o tempo os dois já estão tão perto um do outro que os dois já deveriam até por força, estar se vendo.
  Mas acontece que o pé de garrafa não está interessado apenas em travar contato de longe com o interlocutor.
É um bicho horrível que muitos descrevem como sendo cheio de pelos longos e eriçados.
Com dentes pontudos e aparentando ser ameaçador.
Ao se aproximar de uma pessoa, ele tem a intenção de ver se trata-se de algum outro ser de sua própria espécie.
  Ao constatar que se trata de um ser humano.  Esse animal fica irado e agride o brincalhão de forma a deixar ele até desacordado.
Superstição ou lendas nascem na verdade é da falta de opção e de informação quando se tenta esclarecer algum fato concreto sem ter as notícias de primeira mão.
 Acredita-se que o pé de garrafa seja um monstro nativo das matas isoladas e inexploradas aqui do MS na década de 60 ou até muito antes disso.
 Sabemos que ele não atacava pessoas em grupos grandes ou duplas e apenas seguia os viajantes solitários. 
Esse apelido de pé de garrafa foi atribuído aos ataques desse monstro porque as supostas marcas de suas pegadas seriam impressões profundas e arredondadas como o fundo de uma garrafa.
 As crendices atribuíam a ele a aparição de pessoas atacadas e espancadas.
 Mas não havendo mortes.
 Não se saberia que tipo de pessoas seriam as preferidas.
  E até hoje o que correm pelos sertões e interiores são apenas lendas e crendices.
 Não se saberia se havia alguma ligação de fatos sobrenaturais de outros tipos.
 Durante o passar das décadas, estas histórias vão se distorcendo e ficando obscurecidas pelas brumas do passado.
 Uma das histórias que me contaram sobre isso, o monstro veio de encontro a uns trabalhadores de uma fazenda.
Eles então saíram correndo. O monstro então atacou uma vaca que havia morrido e que eles estavam olhando lá perto.
  









Quando eles voltaram depois daquele susto pra ver o fenômeno, a vaca tinha sido inteiramente devorada...
 Da criatura não havia qualquer sinal.
Que animal seria capaz de consumir mais de 400 quilos de carne em pouco tempo assim é o que faltou se explicar.
  E com isso os dois podem ter certeza que escaparam de uma morte certa.
 Pois quem come uma vaca inteira em uns poucos minutos, se pegasse um ser humano usaria apenas de aperitivo...
Escaparam apenas, mais do que na hora certa por ter corrido.
Seria o caso de se levar tudo isso muito a sério. Porque ninguém cria medo de andar livremente pela mata. Nem suspeita que aparecem de repente coisas que não pertencem a este mundo...
 ATÉ SE ENCONTRAREM E SER TAMBÉM MAIS UMA DAS VÍTIMAS DE UM PÉ DE GARRAFA