terça-feira, 27 de setembro de 2011

A ÁRVORE MALDITA

   
  Quase todo mundo duvida da existência de fantasmas.
   E não se sabe exatamente ainda o que seja o fenômeno do que se costuma chamar de assombração.
  Mas por alguma estranha razão, certos lugares são mais propensos a ter aparição de fenômenos sobrenaturais...
 Esse parece ter sido sempre o caso das árvores de figueira por aqui no Mato Grosso do Sul.
  Com várias espécies pertencentes ao gênero ficus.  Ela possui ramos aéreos, conhecidos como raízes adventícias.
 E sempre são árvores bem grandes e copadas.  Algumas podem até se tornar plantas estranguladoras como acontece por exemplo com a figueira branca.
Que cresce no tronco de outras árvores e as estrangulam até a morte.


  




Em uma figueira.
  Uma dessas árvores muito velha, com raízes tão grossas como um braço.
   E que tinha uma má fama muito grande antigamente, em um bairro daqui da capital de MS.
 As pessoas diziam que se costumava ver coisas em sua proximidade.
 Assombração sei lá o que.
 Mas como sempre acontece, nem todo mundo acredita nessas coisas.
 E aconteceu que um criador de galo índio que eu conheci faz muito tempo.
 Quando estava então com seus doze anos de idade, era um desses, que nem dava importância pra boatos de fantasmas.





Em uma certa ocasião ele tinha ido a cavalo, na casa de um amigo da família.
E se esquecendo da má fama do local resolveu passar por aquela estrada.
  Mas acontece que naquela manhã o cavalo que sempre tinha sido manso e obediente. Cismou de empacar.
  Ele era branco malhado de cinza e bastante alto. Um cavalo muito bonito e jamais tinha desobedecido um comando de um ginete em toda a vida...
 Até o dia que seu dono cismou de se aproximar daquela esquina da figueira assombrada.
Mas até então não se podia ver nada de errado ali ao redor.
  Por coincidência o galo que ele levava amarrado no cavalo, olhou meio de lado para cima e soltou um gorjeio de aviso.
 Daqueles que eles soltam quando percebem algum gavião ou outras aves voando no céu.
 Sai um piado fininho e comprido que soa como um cruok iiiiiiiiiiiiiii.
 Isso chamou a atenção do moleque que olhou na direção da árvore próxima.
  Pra onde o galo índio também olhava.
 Ainda hoje ele sente arrepio ao lembrar do que estava ali, pendurado no alto da árvore. 
  UM FANTASMA...
  Uma senhora muito risonha olhava o menino cavaleiro, em silêncio.
  Parecia muito bonita e simpática, serena. 
  Mas estava como que sentada a três metros de altura do chão e se balançava nos ramos daquela figueira como uma criança num balanço de parquinho.
 O cavalo branco, com os olhos arregalados se recusava a ir adiante.
 Uma lenda em que falavam daquele lugar, dizia que uma mulher da vida tinha sido assassinada e jogada dentro de um poço, numa casa que ficava atrás daquela figueira.
 Só restava o alicerce da casa que tinha sido demolida há muito tempo. 
  E o poço parcialmente atulhado não tinha mais água.
 Dessa forma, se espalhava a lenda de que aparecia assombração naquele lugar.
 Com o susto o guri pulou do cavalo, largou o galo no chão e correu desembestado pra sua casa.
 Lá ficaram seu galo, e seu cavalo abandonados, na rua deserta.
 Ao chegar em casa, nem pudera contar a ninguém o que lhe havia acontecido. O medo tinha sido tanto que nem voz ele tinha mais. Falava e suas palavras entalavam na garganta.
  De modo que nem podia balbuciar.
  E horas depois quando um irmão chegou ele já recuperado um pouco do susto contou ao irmão o que viu mais cedo na rua.
 Sabendo muito bem onde era o lugar, o rapaz foi até lá, afinal não se podia abandonar o cavalo assim.
  E para sua surpresa o cavalo pastava mansamente e o galo lá estava amarradinho como o menino o havia deixado.
 Não havia o menor sinal da senhora da figueira...
 Tudo teria sido uma ilusão? TALVEZ !!
 Mas não devemos esquecer que na Europa e pelo mundo todo, alguns locais de peregrinação tiveram início de forma parecida.
 Quando no local se avistou uma mulher que as pessoas acreditaram ser a virgem maria.
 Dessa vez a travêssa mulher da figueira não era a santa.
Ao contrario era ...
Ah! Vai saber quem realmente ela era!



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